A cana-de-açúcar, a princípio originária da espécie Saccharum officinarum, provém do território asiático, e era aí semeada desde tempos ancestrais. Com o tempo, vários outros espécimes foram produzidos com a ajuda de inovações tecnológicas, pois a planta original provocava diversas enfermidades.
A nova variedade surgiu do cruzamento da espécie primordial com mais quatro modelos alternativos do gênero Saccharum, e os arbustos resultantes foram, depois, recruzados com os espécimes iniciais, escolhidos como opção de cultivo. Desta engenharia genética emergiu a cana-de-açúcar como é hoje conhecida.
No Brasil esta planta desembarcou pelas mãos dos portugueses, no início do século XVI. Ela prosperou principalmente no Nordeste deste país, sendo responsável por esta nação se converter na melhor criadora e exportadora de açúcar neste período, que se estendeu até o século XVII.
Hoje, porém, é na região interiorana de São Paulo que se localiza a maior parte dos canaviais. E o açúcar não é mais seu principal produto, pois atualmente o álcool, especialmente o etanol, extraído deste vegetal, é o que mais destaca economicamente, pois, enquanto combustível alternativo, contribui igualmente para o desenvolvimento sustentável.
A cana tem também outras finalidades. Ela é utilizada no estado natural como pasto consumido pelo gado, ou na forma de ingrediente em alimentos como a rapadura, o melado, a aguardente, entre outros produtos. Este arbusto apresenta o caule delgado, agradável ao tato e extenso, o qual é recoberto de folhas igualmente compridas e esverdeadas. Na haste há um elevado teor de açúcar.
Ela se desenvolve melhor em climas que se caracterizam por apresentar duas estações bem diferenciadas, uma de altas temperaturas e a outra úmida, que possibilitam a evolução germinativa, a rebentação e o progresso do vegetal. A estação fria e seca é necessária para incentivar o estágio maduro e, como resultado deste processo, a concentração de sacarose nos caules de nós salientes. As regiões tropicais são as que oferecem melhores recursos para o desenvolvimento da cana, pois ela necessita da luz solar para seu crescimento.
As terras apropriadas para o cultivo desta planta são as mais fundas, densas, dotadas de maior estrutura e fecundas. Por ser grosseira, a cana-de-açúcar evolui de forma satisfatória em territórios repletos de areia e menos abundantes de recursos, como o cerrado. Até hoje este vegetal é submetido a constantes melhorias, que resultam em espécimes híbridos.
O cultivo da cana-de-açúcar é um dos mais significativos nas regiões declima tropical, pois, além dos produtos que gera, economicamente importantes, ele também oferece diretamente milhares de empregos, apesar de gerar uma alta convergência de renda. A área que mais produz esta planta, no Brasil, é a de Ribeirão Preto. A indústria canavieira se caracteriza especialmente pelo modelo latifundiário, pois muitas terras são depositadas nas mãos de poucos senhores de terra. Este mecanismo resulta no temível êxodo do campo.
http://www.usp.br/cje/anexos/pierre/freire_gilberto_casa_grande_senzala