A Startup Enxuta
Duas coisas comuns às startups de sucesso, incluindo as nossas guerreiras brasileiras:
- elas criaram produtos e serviços que atendiam exatamente as necessidades e desejos do seu público-alvo;
- elas entenderam que sem dinheiro afundariam rápido, então precisavam faturar desde o começo.
Sobre o primeiro ponto, é preciso dizer que as startups erram muito: elas não sabem direito qual produto ou serviço oferecer e, às vezes, nem quem são os seus potenciais clientes.
Porém, as startups de sucesso focam em experimentos e validações de hipóteses em curtos espaços de tempo (afinal, tempo é dinheiro e startups não podem perder dinheiro)..
Seguem alguns exemplos de testes que as startups costumam fazer:
- Testam variações nos seus produtos entre pequenos grupos de pessoas, para monitorar a aceitação das mudanças. Caso as mudanças não agradem, elas terão testado apenas com um grupo pequeno (baixo risco e baixo custo) e cancelam aquela variação. Caso as mudanças tenham sucesso com o público do teste, elas passam a oferecer aquela nova variação do produto para todos os seus potenciais clientes.
- Testam páginas de vendas nos seus sites. Com pequenos testes, elas conseguem saber quais argumentos de vendas convertem mais, quais estruturas de páginas de vendas obtêm melhores taxas de conversão e etc.
As startups realizam inúmeros testes com objetivo de aprimorar as suas estratégias, os seus produtos e serviços. Com baixos custos, conseguem acelerar o tempo de aprendizado sobre o que é mais eficiente para o seu negócio.
Depois de tantos testes "com erros", começam a acertar cada vez mais nas suas estratégias e na adequação dos seus produtos aos potenciais clientes.
Sobre o segundo ponto, "ganhar dinheiro rápido" parece ser o desejo de todas as startups. Tenho quase certeza que sim. Porém, a maioria não prioriza "ganhar dinheiro rápido".
Explico.
Muitas empresas esperam criar verdadeiras soluções completas, quase perfeitas, para lançarem os seus produtos ou serviços. E quando lançam, descobrem que o mercado não queria uma solução como aquela ou não está disposto a pagar o tanto que a empresa esperava, por exemplo. Enfim, descobrem que perderam tempo e dinheiro. Em muitos casos, morrem.
As startups de sucesso não esperaram criar verdadeiras soluções completas para ganhar dinheiro. A maioria delas começa oferecendo microsoluções, já monetizando essas primeiras versões de seus produtos.
Essas microsoluções são chamadas de MVP (a sigla de Minimum Viable Product, que significa produto mínimo viável). É uma prática de administração de empresas que consiste em lançar um novo produto ou serviço com o menor investimento possível, para testar o negócio antes de aportar grandes investimentos.
O Uber começou como UberCab, em 2009. Inicialmente, o serviço do aplicativo era destinado a um viajante específico de cada vez e funcionava apenas em IOS (sistema operacional da Apple). Além disso, só era disponibilizado para um grupo pequeno em São Francisco.
O UberCab simplesmente conectava o passageiro a um taxista de carros de luxo. A novidade que trazia é que proporcionava a possibilidade de pagamento em cartão de crédito.
Quando perceberam o potencial do aplicativo, lançaram em outras megacidades e cresceram até o que conhecemos hoje.
A partir do MVP, uma startup consegue testar a aceitação do mercado ao seu seu produto ou serviço. Caso descubra uma baixa aceitação ao seu produto ou serviço, a startup poderá fazer os ajustes necessários até "encaixar" o produto com a necessidade do cliente, para começar a gerar receita. Por outro lado, caso descubra uma boa aceitação, ela começará a gerar receita, tendo desenvolvido apenas uma "parte" do seu produto. E assim ganhará fôlego para investir na continuação do desenvolvimento do produto, tendo certeza de que está criando um produto ou serviço com demanda.
Se você quer saber mais sobre startups de sucesso, recomendo a leitura do livro "A Startup Enxuta", de Eric Ries.
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