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Narrativas midiáticas e Redes sociais: Caminhos de vantagens, desvantagens e impasses em cada evolução

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Narrativas midiáticas e Redes sociais: Caminhos de vantagens, desvantagens e impasses em cada evolução

 

Houve um longo processo na evolução dos meios de comunicação. Processo esse marcado por repressões, restrições e vários interesses mercadológicos. Por exemplo, no século XIX, os operários, os sindicatos marxistas passaram por repressões sem direito a uma forma de comunicar e passar informações por meio de jornais impressos, para tê-los teriam que fazer sem que percebessem as impressões nas gráficas.

Ao chegar ao século XX veio o rádio de forma mais popularizada; seguindo da televisão; como narrativa midiática conquistando também uma grande parte populacional, além do jornal impresso que ainda é utilizado por uma grande parcela das sociedades. Contudo, diferentemente do rádio, a televisão demandava um alto custo; gerando assim, barreiras entre a burguesia e as classes populares para seu uso .

Hoje, no século XXI, convivemos ainda com as narrativas midiáticas dos séculos anteriores e outras novas nos abraçam; gerando novas transformações, ou seja, surgem  novas perspectivas baseadas em uma vida mais online que offline com o uso da internet (redes sociais) e jornais online.

Com a chegada da internet surge também uma utopia para grande parte das sociedades de que com o uso da internet haverá pouca demanda de capital para a produção de vídeos, blogs e outros eventos, apresentando assim, uma realidade de falsa democracia, ao dizer  que todos podem ter acesso e se beneficiar desses meios de comunicação. Podemos chamar de utopia, porque a internet nesse sistema capitalista em que estamos, apresenta uma monopolização só que muitos não percebem! E as redes... google, instagram, facebook, Microsoft não são brasileiras, mas advindas dos Estados Unidos, o que reflete em uma política externa; essa política externa não pertence a nós brasileiros. Tudo isso, são na verdade movidos por grupos dominantes com interesses políticos e mercadológicos que impedem o nascer de uma vida democrática.

E para aprofundarmos mais essas ideias, podemos trazer outras questões ou impasses, diante dessas novas perspectivas as quais grande parte social está vivenciando, é muito importante trazer Zygmunt Bauman a nossa conversa de hoje sobre narrativas midiáticas, redes sociais, pois com ele, é possível perceber os giros dessas novas mudanças. Com as 44 Cartas do Mundo Moderno Líquido, verificamos as vantagens, desvantagens e os impasses de custos sem que muitas vezes sejam percebidos nos meios de comunicação tanto nos tempos de hoje, como no tempo em que estavam em surgimento.

As redes sociais, por exemplo, embora tragam uma rapidez em sua forma de comunicação, trazem também fluidez às relações humanas no que tange aos processos comunicativos; tal como Zygmunt Bauman ressaltou em Modernidade Líquida: “nada foi feito para durar”. As comunicações são rápidas e no mesmo momento em que se constrói um diálogo com alguém; este se desfaz apenas com um "clik" de delete.

 

“O contato face a face é substituído pelo contato tela a tela dos monitores; as superfícies é que entram em contato. Por gentileza do Twitter, “surfar”, o meio de locomoção preferido em nossa vida agitada, cheia de oportunidades que nascem e logo se extinguem, afinal chegou à comunicação inter-humana”. (BAUMAN 2013, p.27)

 

E assim, as relações comunicativas visíveis socialmente em redes chegam e vão rapidamente. Na carta 4, Bauman  demonstra muito bem essas vivências momentâneas geradas nas redes sociais e, isso, muitas vezes, tem presenteado a uma grande parte de usuários, ou seja, o enfraquecimento dos vínculos humanos e pessoais no mundo físico – real, tal como salienta Bauman (2011).

 

Mas, mesmo havendo essas realidades, esse meio nos torna tão importante ao ponto de:

“quando deixamos o celular em casa, esquecemos de recarregar a bateria, perdemos o aparelho ou ele nos é roubado (tem gente que confessa que sair sem celular é como está caminhando na rua despido e indefeso, duplamente humilhado, pela vergonha mortal e incapacidade de fazer qualquer coisa a respeito)”. (BAUMAN 2013, p. 144)

 

Ou seja, somos em grande parte, dependentes de tais realidades.

 

Outro impasse, visível nas redes sociais ou jornais online é que nem sempre seus noticiários são verdadeiros, há a existências de fakes; o que difere das mídias narrativas tradicionais como os jornais impressos, por exemplo.

 

Diante dessas questões, o que deixa nítido de fato nesse processo de narrativas midiáticas e redes sociais é que, embora haja muitas vantagens pela evolução de rapidez nas comunicações, há também enormes desvantagens, especialmente, no que se refere às relações pessoais sólidas (duradouras) que a cada segundo tornam-se esquecidas e em grande parte há a inexistência de verdades. Além de tudo isso, é possível perceber as diversas intencionalidades não para o bem estar geral, mas de pouquíssimos grupos. 

 

 

Referências

 

BAUMAN, Zygmunt. 44 Cartas do mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2011.

BAUMAN, Zygmunt. Cegueira moral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2013.

 

 

 


2 2 comentários

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  • 3173e84134970abf7779cb495f272feb?only path=false&size=50&d=404

    Cleonilton Souza 10 de Maio de 2021, 18:27

    Aldeneide, as relações sociais mediadas pelas tecnologias da informação da comunicação trazem novos desafios, pois, conforme você bem descreveu no texto, fazem surgir novos comportamentos e novas formas de fazer cultura. O que não podemos esquecer é que por detrás de todas essas novas relações há humanos em ações e comportamentos para alcançar o outro. E cabe a nós educadores fazer com que esse alcance seja para promover a equidade entre as pessoas. Abraços

  • Bonilla17 minor

    Maria Helena Bonilla 10 de Maio de 2021, 1:24

    Boa reflexão Aldeneide, mas quero problematizar a afirmação que vc faz de que nos jornais impressos não há fake news. Eu discordo, e embora no contexto analógico não se falava em fake news, notícias falsas ou manipuladas sempre existiram, em todos os meios de comunicação, uma vez que quem tem o controle dos meios sempre foram pessoas ligadas ao poder econômico e político e, portanto, com interesses na manipulação da informação.

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