Com a globalização e o estreitamento das fronteiras culturais e econômicas, é evidente a importância de se aprender um segundo idioma — especialmente o inglês, língua mais falada do mundo. Nesse sentido, a melhor maneira de estudar é começar nos primeiros anos de vida. Ainda há, contudo, mitos que cercam o aprendizado na infância.
De acordo com dados da Ethnologue (2022), 1,452 bilhão de pessoas domina o inglês. Porém, mais de 50% desses falantes são não nativos, ou seja, de países onde a língua é secundária e não materna. Além disso, o idioma é adotado como padrão em várias situações — nas linguagens de tecnologia, como códigos de programação, e reuniões de negócios e turismo.
Para além de uma habilidade desejável, saber inglês é essencial para conseguir melhores oportunidades acadêmicas ou profissionais. É também uma forma de estreitar a conexão com pais e amigos. Além de apostar num curso de inglês para crianças, é recomendado realizar atividades lúdicas para ajudar na assimilação dos conteúdos.
Assim, por mais que muitos responsáveis saibam desses fatores, ainda existem dúvidas sobre o que é verdade e o que é mentira em relação à aprendizagem de inglês logo na primeira infância.
O que é mito ou verdade na aprendizagem infantil de inglês
Em blog publicado no Estadão, o Cambridge Assessment English, departamento sem fins lucrativos da Universidade de Cambridge, reúne alguns dos principais mitos e verdades sobre o tema.
Aprender mais de uma língua pode confundir a criança
Mito. Aprender um segundo idioma não atrapalha o conhecimento que a criança já tem ou terá sobre o português.
Especialistas do departamento afirmam que o cérebro infantil conta com uma plasticidade significativa, estando pronto para receber vários estímulos sem prejuízos. O pequeno, assim, aprende a conciliar e relacionar as duas línguas, o que pode facilitar a aprendizagem.
Traz mais empatia e capacidade de concentração
Verdade. Estudos da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, deixam evidente que crianças bilíngues têm capacidade maior de conviver com as diferenças e conseguem se colocar no lugar do outro com mais facilidade.
A exposição a outras culturas seria a justificativa para entender pontos de vista diferentes com mais facilidade.
Pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, na Califórnia, intitulada Bilingual Brains, mostra que crianças bilíngues têm mais recursos para bloquear distrações, manter a atenção, analisar e organizar as informações. Isso ocorre porque a neuroplasticidade do cérebro é estimulada constantemente.
Pode sobrecarregar e estressar a criança
Mito. Existe o pensamento comum de que a criança fica sobrecarregada e estressada quando se acrescenta mais uma atividade acadêmica em sua vida, pois isso tomaria o tempo que seria destinado a brincadeiras e lazer.
Aprender inglês na infância, contudo, é algo lúdico e repleto de possibilidades para atividades que envolvem diversão. Essa proposta de estudo é justamente para engajar os pequenos e fazer com que eles se interessem pelo inglês.
Publicado pela revista científica Educação e Linguagem, o trabalho “A importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil”, da psicopedagoga Eliane Dias, indica o lúdico como uma estratégia primordial no estímulo ao desenvolvimento cognitivo e de aprendizado.
Segundo a especialista, capacidades como a memória e a percepção são desenvolvidas a partir de exercícios lúdicos — como cantar, assistir a desenhos e incluir o inglês em brincadeiras.
Ajuda no aumento da autoconfiança
Verdade. Aprender um idioma e estar em contato com culturas diferentes são ações que, para além de aumentar o senso de empatia e facilitar a consideração de diferentes pontos de vista, ajudam na socialização das crianças.
Assim, segundo os especialistas do Cambridge Assessment English, a criança tem suas habilidades de comunicação aprimoradas, o que traz mais autonomia para elas se relacionarem. Nesse sentido, é possível se sentir mais preparado para a vida social e para lidar com eventuais obstáculos do dia a dia.