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Davi Souza Santos

Estudante
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Canta Lili.

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Lili é linda.

 

Em tempos de monopólios, grades e correntes, sonhar com liberdade é libertador. Liberdade e responsabilidade são conceitos que caminham juntos. Liberdade e democratização do conhecimento também.

Quando um Bilionário decide como utilizar as informações coletadas ilegalmente de usuários de uma rede social, a democracia corre perigo, e a sociedade também. Quando o conhecimento é restrito aos que podem pagar, a sociedade corre perigo e a ciência também. Quando o acumulo de riqueza é naturalizado enquanto a pobreza ceifa vidas por falta de comida, a humanidade corre perigo.

Liberdade para usar quando e como quiser, liberdade para aperfeiçoar e adequar, liberdade para preservar. A ideia dos softwares livres, poderia ser a ideia do amor livre, humanidade livre, bem comum livre, uma ideia radicalmente contrastante com  mesquinharia do monopólio conservador.

Uma rede social foi comprada hoje,26/04/22, mais um brinquedo ao homem que celebra golpes de Estado, transação normal? O normal é relativo.

Num mundo de trilionários, eu quero liberdade contestadora e sua linda radicalidade criativa que diz, é  proibido proibir.

 

 



A beleza do fim.

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   As possibilidades do mundo tecnologico  são inifinitas, a China está usando cachorros robôs no patrulhamento de cidades em isolamento, e drones para emitir enviar e comunicaçoes às populações em isolamento. A cibercultura e seus agentes inteligentes estão neste exato momento ressignicando e construindo funções na cultura digital. Pontes e conexões  em frações de segundos, integração e desintegração em rede. A mente humana pensou,criou e deu vida à inteligência artificial. A criatura tornou-se criador e alguns frutos de sua criação são conhecidos, outros não.

Sexo virtual, moeda virtual, não entendo a humanidade!  Haters,super mini chips, carros autonomos, são  muitas possibilidades no mundo digital, corpos não envelhecem, imagens não degradam-se e a eternidade é possivel. A sociedade contemporânea desenvolve-se  sob a égide   da fluidez e hiperconectividade. Os computadores não precisam ser megamaquinas que preenchem galpões com seus quilÔmetros de cabos e fios,internet das coisas não é mais obra de ficção cientifica, não é mais coisa de desenho futurista, é real.

As vezes o passado me assusta e o presente me anima.

 

 

 

 

SANTAELLA, Lucia. Culturas e Artes do Pós-Humano: da cultura das mídias à cibercultura. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2003 (capítulos 2, 3 e 4)



A Quadra

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A Quadra 02

 

Em meus 36 anos de vida desenvolvi   uma rede de amigos e tive uma imensa  sorte de crescer e conviver com pessoas queridas. Meu amigos de mais longa data, se criaram comigo na Quadra 02 no bairro de Castelo Branco, e com eles eu divido memórias da infância, adolescência e juventude. Nos vimos  crescer e dividimos diversos momentos prazerosos  no baba,outros nem tanto, quando saíamos na “mão” por  algum motivo válido à época, mas que hoje posso julgar bobagem.

Refletir sobre os meninos de minha época de infância é também refletir sobre o caráter cíclico de nossa contemporaneidade. Somos ou seremos contemporâneos de uma época, contextos ou eventos. Não existe contemporaneidade a-histórica, a percepção da vida é histórica e profundamente  marcada por vivencias, e experiências sociais e culturais.  Agabem (2009) refletindo sobre a contemporaneidade afirma: “O encontro que está em questão na contemporaneidade não ocorre simplesmente no tempo cronológico: é, no tempo cronológico, algo que urge em seu interior e o transforma. Essa urgência é o intempestivo, o anacronismo que nos permite apreender o nosso tempo na forma de um “muito cedo” que é, também, um “muito tarde”, de um “já” que é também um “ainda não”. Talvez eu tenha vivido o auge de minhas amizades de infância há 20 anos quando nossas preocupações eram pegar o baba passar de ano e quem sabe dar uns beijos. Nossa percepção do mundo e suas sombras, por vezes eram ofuscadas pelas luzes de um tempo de poucas preocupações efetivas. Nossos espaços de convivência eram usados e abusados. O baba era sagrado, a rua era nosso território, brincávamos, brigávamos, convivíamos e ocupávamos nossa quadra. Ainda não estávamos imersos nas demandas do mercado de trabalho, e o nosso bairro  nos remetia uma certa sensação de segurança. Jogávamos baralho até altas horas da madrugada, com raras exceções em semanas de provas na escola, enfim aquele tempo era bom.

 Me pego observando minha vizinhança de agora, são  outros tempos, definitivamente são  tempos modernos com todas as suas implicações. Moro num condomínio popular com cerca de 430 apartamentos, em 6 anos de residência neste local, não conheço por nome nem os oito proprietários de meu andar. Os encontros nos elevadores nos lembram a todo momento que somos estranhos, ou estranhos passando por um estacionamento em direção aos nossos carros. Cenário muito diferente de minha Quadra 02 e suas 32 casas, onde todos sabíamos o s nomes de todos e todas.  O meu tempo enquanto homem assalariado, integrado ao mercado de trabalho formal , pai de família, estudante de pós graduação , literalmente é esticado ao máximo, e em certas ocasiões eu escolho deliberadamente  ignorar certos vizinhos, ou responder mecanicamente a um aceno de cabeça ou um boa noite.

A leitura de a  Modernidade Liquida de Buaman, me faz olhar no espelho e nem sempre o reflexo está bonito. Algumas mascaram são colocadas deliberadamente, e até uma sensação de satisfação se apresenta quando consigo passar  “despercebido’ em determinados locais. Os “meninos” da Quadra mudaram, somos homens  inseridos numa sociedade capitalista, voltada para o consumo de coisas, experiências e sensações. A Quadra virou estacionamento, o medo da violência fez a nova geração da Quadra fortificar seus muros com grades e câmeras, há pouquíssimos traços de minha infância naquele espaço. Por fim nos mantemos  amigos e creio que  nos amamos, mas aquela intimidade  rememorada por nós quando falamos de nossa infância já não existe mais na prática, só em memórias contadas e cantadas como velhas canções de marinheiro que ao serem entoadas deixam de ser velhas e renascem jovens nos peitos velhos que as cantam.

 

 

 

 

 

 

 

Referencias:

AGAMBEN,Giorgio. O que é o contemporâneo? Disponível em https://territoriosdefilosofia.wordpress.com/2014/07/14/o-que-e-o-contemporaneo-giorgio-agamben/

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001 (Prefácio e capítulo 3)



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